quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deve-Se Acreditar Em Um Estudo Estatístico?

Quase todos os pesquisadores, de quase todas as áreas, utilizam estatística em seus trabalhos. Mas qual o nível de confiabilidade destas estatísticas? E, consequentemente, destes trabalhos?
Resolvi listar 8 tópicos básicos e muitíssimos simples e que nos permitem fazer uma avaliação crítica de quaisquer estudo estatístico. A fonte é o Statistical Reasoining for everyday life, 2ª Ed. Não irei comentar nenhum dos tópicos no momento, e sim no momento oportuno.


Os 8 tópicos para avaliação crítica de um estudo estatístico são:

"1. Identifique o objetivo do estudo, a população considerada e o tipo de estudo

2. Considere a fonte, principalmente em relação à tendenciosidade

3*. Analise o método de amostragem

4. Procure problemas na definição ou na mensuração da variável de interesse


5. Preste atenção ao confudimento que pode invalidar conclusões

6. Considere a colocação e o fraseado de qualquer pesquisa

7. Certifique-se que os gráficos representam os dados corretamente e que as conclusões estão devidamente justificadas

8. Considere se as conclusões alcançam ou não os objetivos do estudo, se fazem sentido ou não, e se tem significado prático."

Atenção aos pesquisadores da área médica: significância estatística não é a mesma coisa de significância clínica(conforme a abrangência dos temas, falarei mais sobre isso...)

* Quando necessário a utilização das técnicas de amostragem.


Boas críticas estatísticas!


" – Meu pai não é diferente de nenhum outro homem poderoso, como um presidente ou um senador.

– Você percebe como é ingênuo? Presidentes e senadores não mandam matar pessoas.

– Ah, quem é que está sendo ingênuo, Kay?"

Conversa entre Michael Corleone e Kay Adams, em O Poderoso Chefão.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma Senhora toma chá... e O andar do bêbado

Atendendo ao pedido do meu amigo Diego Carvalho do Nascimento, resolvi escrever algo relacionado a estatística. Hoje vou falar de dois livros muuuito legais que falam sobre estatística e aleatoriedade. Uma senhora toma chá... como a estatística revolucionou a ciencia no séc. XX e O Andar do bêbado: como o acaso determina nossas vidas.

O primeiro conta a história da estatística desde Pearson e Fisher... de forma muito empolgante! Merece destaque o prefácio à edição brasileira onde o autor cita alguns nomes brasileiros de destaque em suas respectivas áreas. ( O Prof. Damião N. da Silva - UFRN é citado quando o assunto é amostragem, convenhamos, não é nenhuma novidade...). Momentos de enorme importância para a estatística são lembrados por Salsburg... coisas que não se aprendem em sala de aula. Por exemplo: porque Pearson e Fisher não se falavam? Quem foi o estatístico norte-americano que revolucionou a industria do Japão pós-segunda guerra?
Conforme foi atestado pela crítica: "Salsburg tem um conhecimento enciclopédico..."
Enfim, galera vale a pena! A leitura de Uma senhora toma chá... é muito agradável e interessante para os estatísticos e não-estatísticos.





Gente, o segundo livro, que ganhei do meu Tutor do PET :) , não achei tão empolgante quanto o primeiro, mas igualmente interessante! Mlodinov trata de asuntos do nosso dia-a-dia, que envolvem o acaso, com muita naturalidade. Até mesmo para quem não gosta de estatística ou probabilidade, é de leitura fácil.
Em meio aos fatos históricos, o autor sempre descreve a motivação que levou às descobertas apresentadas. Se no início foram, apenas, os jogos de azar, hoje em dia o clima e o mercado financeiro podem, muitas vezes, ser explicados através de modelos probabilísticos.
Por exemplo: "Muitos usuários do iPod Shufle duvidavam da aleatoriedade com que as músicas eram tocadas, pois algumas vezes um mesmo artista ou música tocava mais de uma vez. A saída encontrada por Steve Jobs, segundo o livro, foi reprogramar o iPod para que evitasse repetições e deixá-lo menos aleatório para parecer mais aleatório."
Enfim, é uma ótima forma de adquirir uma boa noção sobre aleatoriedade sem ter que estudar nehuma disciplina...
Bem galera é isso, acho que se eu falar mais vai perder a graça...

Leituras mais do que recomendadas para os fãs de obras de divulgação científica.

Quem tiver algum pedido, sinta-se a vontade! hehe

Abraço aleatório a todos!


"Não é o que se sabe, e sim o que se pode provar no tribunal."
De Nick para Clyde (e vice-versa) em Código de Conduta.